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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Um lugar

Há um lugar
Que, sendo colossal,
Tem dimensões ínfimas.
Um lugar fascinante
Que ninguém viu
E jamais verá.
A Luz resolveu visitar
E ficou por lá.
O Tempo, muito cético,
Quando viu, parou extático.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Enquanto isso, no Sistema Solar...

"E quem foi rebaixado de Centro-do-Universo para Pálido-Ponto-Azul?"
(Plutão, em resposta às constantes piadinhas da Terra sobre seu rebaixamento)

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Analema, o desenho do Sol

Receita: Fotografe o Sol todos os dias na mesma hora durante um ano inteiro. (Sei, "fotografar o Sol" não é legal... ao lado, uma alternativa: Numa tábua com um pino cravado, marque a ponta da sombra na tábua todos os dias, na mesma hora, durante um ano.)

Resultado: O desenho será semelhante a um "8" (pode ser mais, ou menos inclinado, dependendo da hora que vc escolheu pra tirar as fotos). Pra ser sincero, eu mesmo não fiz o experimento e peço que se alguém fizer, comente aqui o resultado.


Comentários: O nome da figura formada é analema. No Astronomy Picture of the Day, vários analemas já foram mostrados (com fotos tiradas na Ucrânia e Grécia, por exemplo). No dia de hoje, fizeram um vídeo, mostrando uma sequência de fotos tiradas em Nova Jersey (EUA). (OBS: se forem clicar pra ver o vídeo, sugiro que usem o modo "tela cheia", normalmente, a tecla F11)

É claro que o analema que observamos é dependente do movimento da Terra em torno do Sol. Em outros planetas, veríamos algo diferente. Eis um analema visto em Marte:


Para saber mais sobre tudo isso, veja o site Observatório, do Observatório Astronômico de Lisboa.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Garrafas no oceano cósmico

O desenho acima foi escrito numa placa metálica e posta a bordo das espaço-naves Pioneer 10 e 11 (a primeira delas, lançada em 1972). A idéia é que estas naves eventualmente sairiam do Sistema Solar e, se fossem encontrada por algum extra-terrestre, ele poderia ter notícias nossas (queremos ter notícias diretas deles e por isso, achamos que eles querem também...). No topo, uma representação do hidrogênio, que é (ou parecia ser) o troço mais abundante do Universo. O "asterisco" dá a localização do nosso Sistema Solar em relação a 14 pulsares. O desenho do homem e da mulher está sobre o desenho esquemático da nave, para que as criaturinhas tenham idéia do nosso tamanho. E bem abaixo, uma representação do nosso Sistema Solar, indicando de onde veio a nave (The Third Rock From The Sun... rsrs).

Outra tentativa de se comunicar com o cosmo foi feita com as naves Voyager, lançadas em 1977. Dessa vez, fomos mais sofisticados e enviamos um disco de ouro contendo algumas de nossas músicas e outros "sons da Terra".

As naves já estão na beiradinha do Sistema Solar. Dos objetos em que o homem pôs a mão, são os mais distantes de nós. Tudo isso era só para dar o contexto para o que seria o único motivo da postagem: mostrar-lhes este site, que mostra a localização atual das espaço-naves.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Super buraco negro

Um grupo internacional de astrônomos localizou um buraco negro estelar de proporções excepcionais em órbita em torno de uma estrela gigante. Com massa 16 vezes maior do que a do Sol, trata-se do maior buraco negro estelar conhecido.
Infelizmente, estou sem tempo para pesquisar e comentar a notícia. O trecho acima foi copiado ipsis literis do site Inovação Tecnológica. O artigo foi publicado na Nature e também tem a versão gratuita no arXiv:0710.3165 (astro-ph). No resumo do artigo, os autores dizem que o buraco negro possui 15.65 (+/- 1.45) massas solares e que os modelos astrofísicos têm dificuldades em descrever buracos negros estelares em sistemas binários com massas superiores a 10 massas solares.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Será esse o Universo em que vivemos? (ENFPC - II)

A palestra de abertura do Encontro Nacional de Física de Partículas e Campos foi dada por Glenn Starkman. O título da palestra é uma "provocação" à física de que dispomos hoje, que explica tão pouco do Universo. Segundo Starkman, o modelo que temos para explicar os dados experimentais, o Modelo da Concordância (ou, em inglês, Inflationary Lambda Cold Dark Matter Big Bang Model) é um modelo fenomenológico que indica uma falta de uma física mais fundamental.

Cada um dos termos do Modelo da Concordância, foi introduzido quase que independentemente para explicar diferentes observações estranhas. O "Inflationary" procura resolver, por exemplo, o chamado "problema do horizonte". Na palestra, Starkman explicou este problema solicitando que todos contássemos juntos em voz alta até 5 e batêssemos palma. Depois, pediu que contássemos até cinco mentalmente e de olhos fechados e batêssemos palma ao fim deste tempo. Não foi surpresa a ninguém o fato de que no segunto caso as palmas não foram uníssonas. Em outras palavras, sem uma comunicação entre os diversos indivíduos, o comportamento não foi homegêneo... Com o Universo, acontece que ao olharmos para a esquerda e para a direita vemos regiões que não se comunicam (já que a luz demora um tempão pra ir de uma ponta a outra e é o troço mais rápido que temos). O problema do horizonte é que essas duas regiões são essencialmente iguais, ainda que não se comuniquem! A idéia de inflação diz que o Universo passou por uma fase de rápida expansão levando pontos que estavam próximos e se comunicavam para regiões muito distantes (o que observamos hoje).

O "Lambda" refere-se à letra que usamos para representar uma constante adicionada às equações de Einstein. A "constante cosmológica" resulta numa certa repulsão. Como se fosse uma gravidade às avessas, e isso dá conta (ou pelo menos é uma proposta para dar conta) da energia escura. O problema que isso busca resolver é o seguinte: Quando uma coisa explode, tende a se afastar do centro da explosão, mas perde velocidade com o tempo. No dia-a-dia, a perda de velocidade deve-se, principalmente, ao atrito com o ar. No caso do Universo (que acredita-se ter surgido numa explosão - o big bang), essa desaceleração era esperada, já que matéria atrais matéria e, como todo mundo se puxando, não se vai muito longe... O problema é que na década passada, descobriram que o Universo está aumentando a velocidade com que se expande! Como se tivesse alguma coisa que vencesse a gravidade, que tenta puxar tudo de volta... Essa coisa estranha, é a "energia escura" e a constante cosmológica é apenas uma das alternativas. Há ainda modelos como quintaessência e outro com gás de Chaplygin, dos quais eu nada sei.

O "Cold Dark Matter", ou matéria fria e escura, é um tipo de matéria que é adicionada às nossas teorias para explicar o fato de que os objetos que observamos no céu não dão conta de explicar o que vemos. Aparentemente, há alguma coisa lá que não emite radiação eletromagnética (por isso, "fria" e "escura"). Estamos um tanto quanto perdidos para explicar o que seria isso. Há propostas de que seriam objetos (chamados coletivamente de MACHO's) como anãs-brancas e buracos negros. Há também a proposta de que a matéria escura seja um tipo de partícula que interage muito fracamente, mas que possuem massa (WIMP's). Essa coisa de matéria escura não é somente teoria. Tempos atrás, o telescópio Hubble descobriu o que seria um anel de matéria escura. Embora não se possa ver este tipo de matéria, sua gravidade distorce a luz de objetos "próximos"... Embora esteja, infelizmente, em inglês, o vídeo abaixo pode ser de alguma ajuda para entender a descoberta do Hubble:



Bom, acho que falei tudo o que é viável dizer numa postagem de blog sobre os termos que juntos nomeiam o Modelo da Concordância. O ponto principal aqui, que por tabela segue o que me pareceu ser o ponto principal da palestra do Starkman, é enfatizar que cada um desses nomes é adicionado ao Modelo do Big Bang quase que à força e que há muito o que fazer em física... Não disse acima, mas essas "coisas escuras" constituem cerca de 95% do Universo. Ou seja, tudo o que é descrito pela física é apenas uma ínfima minoria... "Será que o Universo descrito pelos físicos é aquele em que vivemos?", pergunta Starkman.

A palestra terminou dizendo que vivemos numa época frutífera:
A perfect time for observers to observe, experimentalists to experiment and for young minds to invent.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

A tale of four suns

Indico o site Astronomy Picture of the Day para ver imagens legais, quando desejar. Junto com as imagens, informação. A figura de hoje é uma criação artística do que veria um observador "próximo" ao sistema HD98800.


É um sistema de dois pares de sóis. Um par está envolto numa nuvem de poeira, mas é difícil estudar esta nuvem. O telescópio espacial Spitzer foi usado para mostrar que há, na verdade, anéis de poeira. Uma possibilidade para que a nuvem (que, em princípio deveria ser contínua) tenha sido "varrida" em certa parte, é que haja planeta ali. O planeta, com sua atração gravitacional, atrairia o pó (claro que "pó", aqui, são grãos bem maiores do que o da poeira sobre sua mesa! Rsrsrs), "varrendo" a área próxima à sua órbita... Isso é interessante para termos idéia de "como astrônomos sabem dessas coisas".

Mais uma coisa deve ser dita: Outra coisa explicaria a divisão da poeira. Uma distribuição do campo gravitacional muito específica (já que há o outro par de sóis, a coisa não é totalmente esfericamente simétrica). Por isso, a conclusão sobre os planetas é especulação, ainda.