terça-feira, 7 de setembro de 2010
O Dia Em Que Paulo Coelho Chorou
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Cientistas não conhecem Shakespeare; Humanistas não conhecem Termodinâmica
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Sou ligado ao cinema documental e, mais recentemente, ao jornalismo, atividades que, se não são propriamente artísticas, decerto existem na fronteira da criação. Jornalismo não é literatura nem documentário é cinema de ficção. Nosso capital simbólico é muito menor e nosso horizonte de possibilidades é limitado pelos constrangimentos do mundo concreto.
Não podemos voar tanto, e essa é a primeira razão pela qual, com notáveis exceções, o que produzimos é efêmero, sem grande chance de permanência. Não obstante, é fato que minhas afinidades pessoais e profissionais estão muito mais próximas de um livro ou de um filme do que de uma equação diferencial.
Em 1959, o físico e escritor inglês C.P. Snow deu uma palestra sobre a relação entre as ciências e as humanidades. Snow observou que a vida intelectual do Ocidente havia se partido ao meio.
De um lado, o mundo dos cientistas; do outro, a comunidade dos homens de letras, representada por indivíduos comumente chamados de intelectuais, (um termo sequestrado pelas humanidades e pelas ciências sociais, segundo Snow).
Aos artistas, interessaria refletir sobre a precariedade da condição humana e sobre o drama do indivíduo no mundo. O interesse dos cientistas, por sua vez, seria decifrar os segredos do mundo natural e, se possível, fazer as coisas funcionarem. Como frequentemente obtinham sucesso, não viam nenhum despropósito na noção de progresso.
Na qualidade de cientista e homem de letras, Snow se movia pelos dois mundos, cumprindo um trajeto que se tornava cada vez mais penoso e solitário. Ele concluiu que a falta de diálogo fazia mais do que partir o mundo em dois. A especialização criava novos subgrupos, gerando células cada vez menores que preferiam conversar apenas entre si.
Seria um desperdício não haver comunicação com com matemáticos, por exemplo, pois a matemática, para além dos seus usos, é guiada por um componente estético, por um conceito de beleza e de elegância que a maioria das pessoas desconhece.
O que move os grandes matemáticos e os grandes artistas, desconfio, é um sentimento muito semelhante de síntese e ordem. Os dois grupos teriam muito a dizer um ao outro, mas, até onde sei, quase não se falam. (No passado, o poeta Paul Valéry deu conferências para matemáticos e o matemático Henri Poincaré falou para poetas.)
Segundo Snow, com a notável exceção da música, não há muito espaço para as artes na cultura científica: "Discos. Algumas fotografias coloridas. O ouvido, às vezes o olho. Poucos livros, quase nenhuma poesia."
Talvez seja exagero, não saberia dizer. Posso falar com mais propriedade sobre a outra parcela do mundo, e concordo quando ele diz que, de maneira geral, as humanidades se atêm a um conceito estreito de cultura, que não inclui a ciência.
Os artistas e boa parte dos cientistas sociais são quase sempre cegos a uma extensa gama do conhecimento. Numa passagem famosa de sua palestra, Snow conta o seguinte: "Já me aconteceu muitas vezes de estar com pessoas que, pelos padrões da cultura tradicional, são consideradas altamente instruídas. Essas pessoas muitas vezes têm prazer em expressar seu espanto diante da ignorância dos cientistas. De vez em quando, resolvo provocar e pergunto se alguma delas saberia dizer qual é a segunda lei da termodinâmica. A resposta é sempre fria - e sempre negativa. No entanto, essa pergunta é basicamente o equivalente científico de 'Você já leu Shakespeare?'. Hoje, acho que se eu propusesse uma questão ainda mais simples - por exemplo: 'Defina o que você quer dizer quando fala em 'massa' ou 'aceleração'', o equivalente científico de 'Você é alfabetizado?' -, talvez apenas uma em cada dez pessoas altamente instruídas acharia que estávamos falando a mesma língua".
O que eu teria a dizer sobre ciência fica perto do zero. Por outro lado, como especialista na minha própria ignorância, posso discorrer sobre ela sem embaraços. Com as devidas ressalvas às exceções que devem existir por aí, estendo minha ignorância a todo um grupo de pessoas e me pergunto de quem seria a responsabilidade por sabermos tão pouco sobre as leis que regem o que nos cerca.
As respostas são previsíveis. Em parte, a responsabilidade é dos próprios cientistas, que não fazem questão de se comunicar com a comunidade não-científica; em parte é dos governos, que raramente têm uma política eficaz de promoção da ciência nas escolas; e em parte - e essa é a parte que mais me interessa- é nossa, das humanidades, que tomamos as ciências como um objeto estranho, alheio a tudo o que nos diz respeito.
A quase totalidade dos personagens de classe média da literatura e do cinema brasileiro contemporâneos pertence ao mundo dos artistas e intelectuais. São jornalistas, escritores (geralmente em crise e com bloqueio), professores (quase sempre de história, filosofia ou letras), antropólogos, viajantes (à deriva), cineastas, atores, gente de TV ou filósofos de botequim. Quando muito, um empresário aqui, um advogado acolá. Cientistas são pouquíssimos, se bem que no momento não me lembro de nenhum.
--> [LIB: Uma exceção que me ocorre agora é o filme O Maior Amor do Mundo, de Cacá Diegues, mas ainda que achássemos outras 10, sequer arranharíamos o argumento de Salles!]
É como se, do lado de fora das disciplinas criativas, não houvesse redenção. Em "Cidade de Deus", o menino escapa do ciclo de violência quando recebe uma máquina fotográfica e vira fotógrafo. Não parece ocorrer a ninguém -nem aos personagens, nem ao público- a possibilidade de ele virar biólogo, meteorologista ou mesmo técnico em ciência.
Uma das minhas obsessões é folhear a revista dominical do jornal "O Globo". Existe ali uma seção na qual eles abordam jovens descolados na saída da praia, de cinemas, lojas e livrarias, para conferir o que andam vestindo. No pé da imagem, informa-se o nome e a profissão da pessoa.
Acompanho essas páginas há um bom tempo, e estatisticamente o resultado é assombroso. Conto nos dedos o número de engenheiros, médicos ou biólogos que vi passar por ali. Eles não podem ser tão malvestidos assim. De duas, uma: ou são relativamente poucos, ou a revista prefere destacar as profissões que considera mais charmosas.
As duas alternativas são muito ruins, mas a segunda me incomoda particularmente, pois sei por experiência como é poderosa a atração exercida por algumas profissões com alto cachê simbólico.
Existem no Rio quatro universidades que oferecem cursos de cinema; no Brasil, são ao todo 28, segundo o Cadastro da Educação Superior do MEC. No ano passado, a PUC-Rio formou três físicos, dois matemáticos e 27 bacharéis em cinema.
Existem 128 cursos superiores de moda no Brasil. Em 2008, segundo o INEP, o país formou 1.114 físicos, 1.972 matemáticos e 2.066 modistas. Alimento o pesadelo de que, em alguns anos, os aviões não decolarão, mas todos nós seremos muito elegantes.
Segundo dados de um relatório do IEDI, a taxa de formação de engenheiros no Brasil é inferior à da China, da Índia e da Rússia, países emergentes com os quais competimos.
Compramos coisas que foram pensadas lá longe, as quais serão brevemente superadas por outras coisas que também não terão sido pensadas aqui. É um processo estéril. Escritores, cineastas e editores de suplementos dominicais se espantariam em saber que, na China, a proficiência em matemática desfruta de uma forte valorização simbólica.
Na Índia, um jovem programador de software se sente no topo do mundo.
Enquanto isso, como lembra o matemático César Camacho, diretor do IMPA, várias universidades brasileiras têm vagas abertas para professores de matemática, não preenchidas por falta de candidatos. A valorização das ciências entre nós é pífia. Sempre me espanto com a presença cada vez maior de projetos sociais que levam dança, música, teatro e cinema a lugares onde falta quase tudo.
Nenhuma objeção, mas é o caso de perguntar por que somente a arte teria poderes civilizatórios. Ninguém pensa em levar a esses jovens um telescópio ou um laboratório de química ou biologia? Centenas de estudantes universitários gostariam de participar de iniciativas assim.
É imprudente tomar uma decisão definitiva aos 18 anos de idade, mas é exatamente o que têm de fazer os alunos ao entrar na universidade - embora, como norma, eles não saibam para o que têm vocação.
Se em algum momento a vocação se manifesta, em geral o aluno e sua família consideram que é tarde. Circunstâncias econômicas ou psicológicas dificultam muito um ajuste de rota. (Começar de novo exige determinação férrea... Sei bem como é, porque foi o meu caso.)
É absolutamente certo que, neste momento, alguns milhares de jovens estão prestes a cometer o mesmo equívoco.
Muitos se revelarão apenas medianos ou preguiçosos, e é provável que a ciência não tenha como alcançá-los. Sem desmerecer os excelentes alunos de cinema, letras ou sociologia, é impossível negar que, para alguém sem grande talento ou dedicação, será sempre mais fácil ser medíocre num curso de humanas do que num de exatas.
Alguns desses jovens sem orientação provavelmente terão inclinação para as ciências e ainda não descobriram. É preciso criar mecanismos que os ajudem a escolher o caminho certo. Infelizmente, as artes e as humanidades, pelo menos por enquanto, não colaboram muito. Ao contrário. Nós disputamos esses jovens e, infelizmente, até aqui estamos ganhando a guerra.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Crítica à Marcelo Gleiser
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
O Médico e o Monstro
sexta-feira, 31 de julho de 2009
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Novo paradigma para educação
quinta-feira, 9 de julho de 2009
O Filme Relativístico
O tempo próprio do filme é de 147min. Entretanto, ao observador em repouso em relação ao cinema, a duração do filme é quase infinita! Houve momentos em que imaginei que não iria acabar nunca! Felizmente, consegui dormir (ou seja, entrei em uma ponte de Einstein-Rosen) e esse atalho no espaço-tempo me permitiu sair do cinema-laboratório após fim do filme.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Os Efeitos Colaterais de uma Maçã.
É claro que somente ficamos sabendo o que o Veríssimo pensa sobre o assunto pq contamos hoje com um sistema de troca de informação chamado internet, que foi desenvolvido na Organização Européia de Pequisas Nucleares (CERN), local onde o povo estuda essas coisinhas que ninguém vê. Mas eu não vou repetir toda aquela história de ciência básica, nem recontar a velha história de Michael Faraday perguntando à rainha da Inglaterra pra servem os bebês, muito menos pesquisar tudo o que foi desenvolvido à partir de idéia que eram, à princípio, apenas curiosidade, ou 'vaidade científica', como diz o Veríssimo... Abaixo, reproduzo na íntegra essa crônica, que tirei de uma das fontes que dei acima:
A Doença da Curiosidade - (Luís Fernando Veríssimo)Santo Agostinho escreveu que entre as tentações, uma das mais perigosas era a “doença da curiosidade”, que nos levava a tentar descobrir os segredos da natureza, “aqueles segredos que estão além da nossa compreensão, que em nada nos beneficiarão e que o Homem não deve tentar saber”. Foi, em outras palavras, o mesmo conselho que Deus deu a Adão e Eva no Paraíso, advertindo-os a não comer o fruto da árvore do saber para não contrair a doença. Eva – sempre elas – não se agüentou e comeu o fruto proibido. Resultado: o Homem perdeu o paraíso da ignorância satisfeita e está, desde então, tentando descobrir que diabo de lugar é este em que o meteram, esta bola girando entre outras bolas num espaço imensurável, sem manual de instrução. Santo Agostinho e outros tentaram nos convencer a aceitar os limites da fé como os limites do conhecimento. Tentar compreender mais longe só nos traria perplexidade e angústia e nenhum benefício. Mas a doença já estava adiantada demais.A fase mais aguda da doença da curiosidade chegou com a inauguração, esta semana, num subterrâneo na fronteira da Suíça com a França, do tal acelerador gigante que jogará prótons contra prótons em condições inéditas para tentar reproduzir a origem de tudo, liberar uma subpartícula atômica que até agora só existe em teoria e chegar mais perto de descobrir como funciona o Universo. Quer dizer, os descendentes de Adão e Eva pretendem levar a rebeldia do casal ao máximo e espiar por baixo do camisolão de Deus. Segundo alguns, o que o novo acelerador também pode trazer é um castigo terminal pela desobediência humana: o desaparecimento num buraco negro não só dos cientistas envolvidos e de alguns suíços e franceses na superfície, mas do mundo todo. Com você e eu, que não temos nada a ver com a história, atrás.O cataclismo é improvável, mas mesmo que a insubmissão do Homem não seja punida, resta a outra questão posta por Santo Agostinho, a do benefício. Que proveito, salvo para a vaidade científica, trará descobrir o que pretendem? Quanto mais se sabe sobre o funcionamento do Universo mais aumentam a perplexidade e a angústia por não se saber mais, por jamais se poder compreender tudo – pelo menos não com este cérebro que mal compreende a si mesmo.Mas a toxina daquela fruta era forte e ainda age no organismo. E a doença é incurável.
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... Um texto muito bom, como são sempre os textos do Veríssimo. Mas nos deixa com a idéia de que a ciência básica é apenas um capricho... Depois que provamos daquela maçã, não só tivemos em nós a curiosidade despertada, como também a vergonha e talvez a auto-crítica. O homem quase que instintivamente analisa seu próprio comportamento em sociendade e, para ver até onde nossas emoções podem chegar, criamos imagens e textos que nos provocam a alma. Seguindo a mesma linha de raciocínio, eu me pergunto se não seria a arte, a música e a literatura também apenas um fruto da 'vaidade humana', ou seja, mais um efeito colateral da maçã... Afinal, um livro como Comédias da Vida Privada não tem pretensões de curar doenças. Apenas nos conduz à uma viagem pesoal através dos nossos próprios sentimentos, dos comportamentos do 'homem civilizado', e das nossas emoções. E quem de nós viu isso? Quem de nós viu o amor mais do que a um próton? Penso que não só os cientistas, mas todos os seres humanos estão condenados pela mordida que Adão e Eva deram naquela maçã, quando ainda eram apenas inocentes macacos.
segunda-feira, 3 de março de 2008
É importante duvidar!

"Uma afirmação extraordinária exige evidências extraordinárias."... Por vezes as pessoas falam que os cientistas são céticos e que são fechados para novas idéias e até acontece de ouvirmos críticas aos contemporâneos de alguns gênios do passado, cujas teorias não foram aceitas facilmente. Mas é fácil criticá-los quando nossa perspectiva da história nos fornece a vantagem de saber quais idéias eram boas e quais eram ruins. Vejo muita gente dizendo que devemos duvidar do que é tido como certo pelos outros e das teorias vigentes. Mas poucas pessoas enfatizam como é importante duvidar do novo também. Passam a idéia de que duvidar do antigo é revolucionário e original, a própria personificação do gênio. Enquanto que duvidar do novo revela um conservadorismo prejudicial e uma visão bitolada do mundo. Escondidas nos registros históricos, deve haver muitas idéias para as quais a rigidez em aceitar o novo nos salvou de dar um passo atrás...
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Quando falar inglês?
Nos encontros internacionais, me parece claro que a coisa mais razoável é que os palestrantes falem em inglês, mesmo sendo um encontro sediado no Brasil e que a maioria dos ouvintes sejam brasileiros. Eu não gostaria nem um pouco de ir lá na Rússia para um encontro internacional e alguém falasse em russo.
O que eu não sei bem como responder é quando há estrangeiros num encontro nacional, algo parecido como o que o Feynman relata. Por exemplo, neste ano, no Encontro Nacional de Física de Partículas e Campos, havia convidados de fora. Estavam lá, por exemplo, Glenn Starkman e Lee Smoolin. Esses caras foram convidados para fazer com que os próprios brasileiros se inscrevessem no encontro, já que se estivessem lá apenas palestrantes daqui, eu sei que o número de participantes diminuiria. Aí, pedimos aos gringos que, por favor, venham aqui darem o ar de sua graça. Não seria educado de nossa parte permitir que participassem do restante do encontro? Por outro lado, e os brasileiros? Claro que para ir a um encontro nacional, o sujeito não precisa saber o inglês e é claro que em caso de optar, é mais justo agradar aos donos da casa... O Feynman contou a história de modo a parecer absurdo que tentassem agradá-lo. Não sei se foi tão absurdo como o tom jocoso dele indica...
Bom, tudo isso é pra me justificar, pois se eu fosse um daqueles palestrantes, eu teria talvez optado pelo inglês e me sentiria ofendido pelas palavras do Feynman. (É bem verdade que ali, tínhamos um caso especial, já que o gringo falava um pouco de português).
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Deve ser brincadeira, Sr. Feynman!
Abaixo, um trecho do livro "Deve ser brincadeira, Sr. Feynman!", em que fala de sua experiência no Brasil.
No Brasil, pensei, a princípio, que faria minhas palestras em inglês, mas percebi uma coisa: quando os estudantes explicavam algo para mim em português, eu não entendia muito bem, apesar de saber um pouco de português. [...] Aí descobri que, se quisesse conversar com eles e tentar ensiná-los, seria melhor eu falar em português, mesmo sendo precário como era. Seria mais fácil para eles entenderem.
Na primeira vez que estive no Brasil, por seis meses, fui convidado a fazer uma apresentação na Academia Brasileira de Ciências, sobre algum trabalho em eletrodinâmica quântica que eu havia acabado de fazer. [...] Comecei escrevendo minha palestra em um português totalmente confuso. [Aí, dois estudantes brasileiros] ajeitaram a gramática, consertaram as palavras e deram uma melhorada. [...]
Cheguei à reunião da Academia Brasileira de Ciências, e o primeiro palestrante, um químico, levantou-se e deu a palestra – em inglês. Ele estava tentando ser educado, ou o quê? Eu não conseguia entender o que ele estava dizendo, por causa de sua pronúncia, que era péssima, mas talvez alguma outra pessoa tivesse o mesmo sotaque e tenha conseguido entendê-lo; eu não sei. Então o próximo palestrante levanta-se e dá a palestra em inglês!
Quando chegou a minha vez, levantei-me e disse: “Desculpem; eu não havia percebido que a língua oficial da Academia Brasileira de Ciências era inglês, e por isso não preparei minha palestra em inglês. Então, por favor, desculpem-me, mas terei de fazê-la em português”.
Além do trecho acima, há mais para ler sobre a experiência de Feynman no Brasil neste link.
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
Pan 2007 - Mais do Mesmo
Às vezes penso que de tanto dizerem que o "brasileiro esquece das coisas", que "aceitam pacificamente" e que "é um país corrupto", as pessoas tendem a metralhar o que vêem pela frente quase sem pensar. Não defendo os políticos, mas acho que grande parte das críticas, quando questionadas, são justificadas com um vago "é um ladrão, safado".
No texto do Henrique há uma citação à Luís Fernando Veríssimo, que disse em "Cumplicidade" (leia o texto na íntegra no Zero Hora):
“ Veja onde você está metido, com quem está fazendo coro, de quem está sendo cúmplice. A companhia do que há de mais preconceituoso e reacionário no país inibe qualquer crítica ao Lula, mesmo as que ele merece. Enfim: antes de entrar num coro, olhe em volta.”