Abaixo, um trecho do livro "Deve ser brincadeira, Sr. Feynman!", em que fala de sua experiência no Brasil.
No Brasil, pensei, a princípio, que faria minhas palestras em inglês, mas percebi uma coisa: quando os estudantes explicavam algo para mim em português, eu não entendia muito bem, apesar de saber um pouco de português. [...] Aí descobri que, se quisesse conversar com eles e tentar ensiná-los, seria melhor eu falar em português, mesmo sendo precário como era. Seria mais fácil para eles entenderem.
Na primeira vez que estive no Brasil, por seis meses, fui convidado a fazer uma apresentação na Academia Brasileira de Ciências, sobre algum trabalho em eletrodinâmica quântica que eu havia acabado de fazer. [...] Comecei escrevendo minha palestra em um português totalmente confuso. [Aí, dois estudantes brasileiros] ajeitaram a gramática, consertaram as palavras e deram uma melhorada. [...]
Cheguei à reunião da Academia Brasileira de Ciências, e o primeiro palestrante, um químico, levantou-se e deu a palestra – em inglês. Ele estava tentando ser educado, ou o quê? Eu não conseguia entender o que ele estava dizendo, por causa de sua pronúncia, que era péssima, mas talvez alguma outra pessoa tivesse o mesmo sotaque e tenha conseguido entendê-lo; eu não sei. Então o próximo palestrante levanta-se e dá a palestra em inglês!
Quando chegou a minha vez, levantei-me e disse: “Desculpem; eu não havia percebido que a língua oficial da Academia Brasileira de Ciências era inglês, e por isso não preparei minha palestra em inglês. Então, por favor, desculpem-me, mas terei de fazê-la em português”.
Além do trecho acima, há mais para ler sobre a experiência de Feynman no Brasil neste link.
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