terça-feira, 11 de setembro de 2007

Trava-língua quântico

Saiu hoje um trabalho cujo título é um verdadeiro trava-língua quântico:

Would Bohr be born if Bohm were born before Born? (*)

Postei isso aqui só porque achei o título do trabalho engraçado. Mas, já que começei, deixem-me dizer mais ou menos do que se trata. Os três homens são grandes personalidades na história da mecânica quântica.

Max Born propôs, em meados da década de 1920, que a o quadrado da função que aparecia na equação de Schrödinger fornece a probabilidade de a partícula estar em um determinado estado. Baseado nesta idéia, Niels Bohr fundou a chamada "interpretação de Copenhague da mecânica quântica", segundo a qual a Natureza não nos permite um conhecimento completo de um sistema físico, mas apenas em termos probabilísticos.

Já David Bohm, tomou um rumo diferente. Sua interpretação era de que a mecânica quântica era uma teoria incompleta e que o aspecto probabilístico era devido à "variáveis ocultas". Formulou então uma interpretação determinística por volta de 1950.

Segundo H. Nikolic, autor daquele título (o trabalho é o de menos... pra mim, ele é o "autor do título"!), a interpretação de Copenhague, que é hoje a mais aceita pela comunidade de físicos, teria menos adeptos se a interpretação determinística de Bohm tivesse surgido antes daquela probabilística de Born.

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(*) Em português, perdemos parte da graça, mas a tradução literal do título do trabalho é "Teria Bohr nascido se Bohm tivesse nascido antes de Born?".

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