terça-feira, 30 de outubro de 2007

Quando dizer que entende?

Mais do que a notícia, me interessou este trecho da reportagem:
Pois é, os cientistas às vezes são engraçados: primeiro eles lhe dão uma explicação "brilhante", daquelas que não parecem dar qualquer margem a dúvidas. Depois, eles descobrem uma explicação melhor e vêm dizendo: "Até hoje ninguém sabia realmente como..." e etc.
A notícia à qual me refiro e o contexto em que isso foi dito é entendido se eu mostrar outro trecho do texto:
Cientistas holandeses descobriram como a bicicleta funciona! Se você fizer uma busca no Google descobrirá milhares de sites com explicações sobre como a bicicleta funciona. Será que os cientistas não costumam usar a Internet?
... Para ler mais, clique no trecho acima. Mas, como eu disse, a notícia em si não me despertou o interesse tanto quanto aquela observação...

Isso tudo me lembra uma coisa que o Freeman Dyson escreveu no texto que eu já citei aqui. Disse ele: "O público não vê utilidade em um cientista que diz, 'Desculpem, mas nós não sabemos'. O público prefere ouvir cientistas que dão respostas confiantes às perguntas e faz previsões confiantes do que acontecerá como resultado da ação humana. Então acontece que os especialistas [...] tendem a falar mais claramente do que eles pensam. Eles fazem previsões confiantes acerca do futuro e terminam por acreditar em suas próprias predições. As previsões se toram dogmas que não são questionados. O público é levado a crer que os dogmas científicos da moda são verdade, e às vezes pode acontecer de estarem errados. É por isso que são necessários os heréticos que questionam os dogmas".

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