domingo, 13 de maio de 2007

O proibido e a duração da vida

Dizem que o que é proibido é mais prazeroso. São tantos os que afirmam isso e tantos episódios que vivenciamos nós mesmos, que a veracidade da afirmação está fora de suspeita. Devemos nos preocupar apenas com a razão disso, portanto. Não é nenhum grande mistério: Aquilo que é proibido é limitado.

Se descobertos, teremos nossa conquista ilícita tomada de nós pelos seguidores da lei. Aproveitamos tais conquistas com sofreguidão por que não temos tempo para pensar se é bom, ou mau. Não temos tempo de deixar pra depois. Apenas fazemos nossos atos ilícitos ou consumimos nossos objetos de desejo o mais rapidamente possível, para evitar a perda que acreditamos ser iminente.

Mas poucos parecem se dar conta de que o permitido também nos é proibido de algum modo. Toda e qualquer coisa que temos e teremos nos será finalmente tomada pela morte. A idéia de que a morte está presente e nos proibirá de gozar um pouco mais da vida deveria nos fazer curtí-la com sofreguidão.

Talvez a vida seja longa demais. Longa a ponto de nos fazer crer que tudo é permitido e que, portanto, nada tem graça. Tão longa, que nos dá tempo de pensar no que vale a pena ser feito. A vida parece longa demais para nos deixar ser feliz.

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