terça-feira, 21 de agosto de 2007

O Todo Poderoso e eu

É fato que não podemos estudar a mente de Deus. Mas do que sabemos sobre Ele, junto com o que sabemos sobre nós mesmos, podemos usar um pouco de lógica para concluir algumas coisas.

Suponha que C é uma grandeza que mede a capacidade de perdão. Desconheço o valor absoluto de C, mas acho que todos os religiosos, os crentes fervorosos e os teólogos concordariam com esta desigualdade:

CLeandro < CDeus

em que CLeandro é a minha capacidade de perdão e CDeus é a d'Ele. (Acredito que concordariam com a afirmação ainda que tivéssemos Ca, para todo a pertencente à raça humana... Mas para meus propósitos, não é necessário ser tão geral).

Agora, eu uso o conhecimento que eu tenho de mim mesmo: Se eu construísse um mundo e o povoasse com seres pensantes e jamais me mostrasse a um destes seres em particular, eu não o culparia se o pobre infeliz não acreditasse na minha existência. Ou seja, CLeandro é suficiente para perdoar uma criatura que não crê em seu criador.

Com base na inequação acima, afirmo: "Mesmo não acreditando em Deus, uma pessoa tera todas as regalias que terão os Seus outros filhos".


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P.S. Na verdade, se me mostrasse deliberadamente à algumas das minhas criaturinhas e à outras não, eu sentiria um certo desconforto para com os que não me veriam... Afinal, porque somente alguns?..... Mas isso é outra história (Talvez se introduzíssemos uma nova variável J, que mediria a capacidade de ser justo...)

3 comentários:

Anônimo disse...

É muito complicado falar desse assunto, mas você conseguiu dizer algo palpável e compreensivo. Parabéns.

Anônimo disse...

Creio que, acreditando ou nao, Deus vai continuar, por muito e muito tempo, existindo como talvez, a maior referencia da criação de existencia da humanidade e do cosmos. Mas, acredito que a fé, tida como experiencia bem particular, é na verdade um parametro entre a ignorancia, ou seja a desapropriação da compreensao e portanto o temor e a aceitação inquestionavel, e um estagio bem mais evolutivo do pensamento humano! De qualquer forma, enquanto continuarmos DUVIDANDO, ou criando elementos de compreensao (hipóteses), estaremos sofisticando nosso raciocinio e consequentemente, EVOLUINDO! E isso me parece, presença D'Ele...

Leandro disse...

Sim. É assunto complicado demais para os nossos métodos. Acho que se todos tentássemos definir precisamente sobre o que falamos, haveria muitos deuses.

O sentimento de fé ou a evolução que nosso raciocínio permite podem ser chamados de Deus. Mas este não nos julga após a morte, nos conduzindo pela mão ao Paraíso, ou com um chute ao Inferno...

Também teríamos uma descrição aceitável para Deus se atribuíssemos as Leis à ele. Ou os mistérios.

Desviando o rumo por um momento: Já vi discussão entre irmãos quanto ao nome do cachorro. Um chama de Dog, o outro de Snoopy. Quando alguma coisa acontece, um diz que foi o Dog e outro diz que foi o Snoopy... E as crianças chegam a discutir mesmo sobre isso. Se irritam, até. Depois de um tempo, a gente sequer consegue entender a razão da discussão...

Enfim, é só questão de nomenclatura. Talvez a evolução seja consequência das leis que obedecemos. Chamar este conjunto de leis de Deus é tão válido como chamar meu cachorro de Snoopy...

Mas o conceito de Deus é importante para muitos e eu não tenho como negá-lo. Declaro-me agnóstico. Admito a possibilidade de haver tal Deus. Mas gosto de pensar sobre isso, considerando ambas as possibilidades.