Considere a seguinte situação: Um homem cai do 13° andar e sobrevive. Não falta quem diga que foi, obviamente, um milagre e que isso é uma evidência da existência de Deus, que foi Ele, o próprio Deus, quem salvou a criatura da morte certa..... A palavra "milagre" é usada neste caso por tratar-se de um acontecimento extraordinário, onde as chances para ocorrência são mínimas. Este uso é aceitável para muitos.
A mesma palavra deveria aplicar-se a um outro episódio. Imagine quão improvável é que dois aviões se choquem em pleno ar. Um acontecimento desses, deveria, por simetria de raciocício, ser chamada também de "milagre". Diríamos que foi o próprio Deus quem bateu os aviões. Este segundo uso é inaceitável para as mesmas pessoas que tão prontamente aceitaram o uso anterior.
Outro caso. Nenhuma mãe diz que leva o filho de 5 anos para o vestiário feminino por que o garoto será um garanhão. Dizem que a criança nem entende o que se passa. Tal raciocínio deveria aplicar-se também às filhas... Porém, estas mesmas mães não aceitariam que o pai levasse a filha de 5 anos ao vestiário masculino.
E mais, até. Imagine uma mãe passeando com a filha pela praça. A menina deixa cair algo. Sendo loira a garotinha, gritaríamos: "Ei, loirinha! Você deixou cair, ó!". A mãe sorriria e agradeceria a ajuda. Sendo negra a garotinha, diríamos, por simetria "Ei, negrinha! Você deixou cair, ó!". As mães que se incomodariam com isso jamais admitiriam que são preconceituosas, quando o são.
E tantos outros exemplos demonstram os preconceitos que, se perguntados, dizemos não ter.
Um comentário:
Muito bom o seu ponto de vista.. (rs rs) bj
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